Cruce Andino – Do Chile a Argentina

Nossa próxima aventura na Patagônia foi realizar a Travessia dos Lagos Andinos ou Cruce Andino, cruzando a Cordilheira dos Andes de Puerto Varas, no Chile até Bariloche, na Argentina.



A travessia original começou no final do século XIX, como medida de escoamento da produção de lã produzida na Argentina pela empresa Chile-Argentina até Puerto Montt, no Chile, de onde era transportada para a Europa. O caminho passava pelos lagos Nahuel Huapi, Frias, Todos los Santos e Llanquihue.

Com a falência da empresa Chile-Argentina, decorrente da construção do Canal do Panamá, o visionário empresário suíço Ricardo Roth decide transformá-la em uma empresa de turismo.

O atual passeio passa pelos lagos Todos los Santos, Frias e Nahuel Huapi, navegando pela Cordilheira dos Andes por meio de confortáveis catamarãs. Entre os lagos existem 4 conexões terrestres efetuadas por ônibus ou micro-ônibus.

O circuito oferece aos passageiros a possibilidade de se maravilhar com os belos parques nacionais Vicente Pérez Rosales no Chile e Nahuel Huapi na Argentina.

O passeio pode ser realizado em 1 ou 2 dias, em quaisquer dos sentidos: Chile-Argentina ou Argentina-Chile. Existem, ainda, opções de passeio no sistema de ida e volta com duração de 2 ou mais dias. As opções de 2 ou mais dias têm hospedagens intermediárias em Peulla, no Chile e/ou Puerto Blest, na Argentina.

Nós fizemos a travessia de 1 dia no sentido Chile-Argentina. Resumidamente o itinerário foi o seguinte:

  • 8h - Ônibus de Puerto Varas até o Lago Todos los Santos, com uma parada intermediária nos Saltos do Petrohué.
  • 10h30min - embarque no catamarã da Turis Tour navegando pelo Lago Todos los Santos rumo a Peulla.
  • 12h30min - Almoço em Peulla.
  • 15h – ônibus de Peulla, Chile a Puerto Frías, Argentina.
  • 17h - Puerto Frías – embarque no catamarã Victoria del Sur navegando pelo Lago Frias até Puerto Alegre.
  • 17h20min – ônibus de Puerto Alegre a Puerto Blest.
  • 18h30min – Puerto Blest – embarque no catamarã Gran Victoria navegando pelo Nahuel Huapi, com destino ao Puerto Pañuelo, na região do Llao llao, Bariloche.
  • 20h – ônibus de Puerto Pañuelo até o hotel em Bariloche.

Reservamos nosso passeio pelo site da Cruce Andino e, durante nossa estadia em Puerto Varas precisamos ir até o escritório da empresa na cidade, situado na Rua Del Salvador 72 para fazer o nosso check in. Recebemos um bloquinho com vários boletos como se fossem cartões de embarque. As tarifas de cada passeio podem ser consultadas no site da empresa.

No dia da travessia, acordamos cedo e rumamos de táxi do nosso hotel até a sede da empresa, pois o ônibus sairia às 8h daquela localidade.

Despachamos nossas malas (que seriam entregues ao final da viagem no hotel de Bariloche) e ainda tivemos tempo de tirar umas lindas fotos do nascer do dia por detrás do Osorno.



Às 8h30min, sob chuva, o ônibus saiu em direção ao Lago Todos los Santos, com uma parada nos Saltos do Petrohué. Enquanto os demais passageiros foram conhecer os Saltos debaixo de chuva, nós ficamos tomando café na cafeteria da recepção, pois já havíamos conhecido os Saltos com muito sol no dia anterior. Nesse período o ônibus partiu para levar as malas para o catamarã na beira do lago Todos los Santos e retornou para nos buscar.

Dalí até o local do embarque foram 10 minutos e embarcamos debaixo de chuva, ao contrário do dia anterior que estava lindo.




A embarcação estava vazia, podíamos escolher lugar. Subimos para o piso superior. O trajeto pelo lago Todos los Santos leva 1h45min e deve ser bem bonito com um dia de sol.



A próxima parada é em Villa Peulla, um lugarejo com 120 habitantes, que abriga dois hotéis - Hotel Natura e Hotel Peulla. Em Peulla ocorre uma parada longa para o almoço, contando com duas opções: um restobar, Route 225, anexo ao Hotel Peulla, onde tem sanduíches e bebidas e um restaurante com comida a la Carte, nas dependências do Hotel Natura. Escolhemos o restaurante e pedimos uma sopa cremosa de cebola e carne de porco com molho de mostarda e batata frita. Para beber uma cerveja artesanal chilena – Antillanca.

Terminado o almoço, ainda tivemos tempo de andar em volta do hotel e tirar algumas fotos, mesmo sob uma insistente chuva fina.







Às 15h saímos em um micro-ônibus para continuar nosso trajeto. Em menos de 1 minuto o ônibus parou e tivemos todos que descer para passar na Aduana Chilena.

Entramos todos de volta no ônibus e continuamos nosso passeio morro acima, por uma densa floresta, cortando a cordilheira dos Andes. Nesse trajeto passamos por fazendas particulares. Apesar de ser um parque nacional o governo chileno deixou a terra com quem já as tinham antes da região virar parque nacional. Nada mais justo, contanto que eles sigam as regras de Conservação e preservação.

Nossa próxima parada foi na fronteira entre Chile e Argentina. No meio do nada, um portal de madeira indica o local exato da fronteira. Ali também placas indicam os limites dos Parques Vicente Pérez Rosales no Chile e Nahuel Huapi na Argentina.

Continuamos nosso trajeto e chegamos na Imigração Argentina. O local é bem bonito, na beira do lago Frias. Descemos todos novamente e dessa vez tudo foi muito rápido. Algumas malas foram aleatoriamente selecionadas para revista. Depois de passarmos pela imigração, passamos na Aduana, tudo na mesma sala. O funcionário foi bem simpático e a revista foi tranquila. Eles mesmos se responsabilizam por retornar nossas malas para o próximo catamarã.


Deixamos Puerto Frias e fizemos uma curta travessia de barco pelo Lago Frias com destino a Puerto Alegre.


Chegando em Puerto Alegre pegamos um ônibus que nos levaria até Puerto Blest.

Puerto Blest é um lugar bem bacana, onde existem uma hospedagem e um café muito legais. Como o catamarã rumo a Puerto Pañuelo só partiria às 18h30min tivemos bastante tempo para tirar algumas fotos do lugar, com destaque para a cor azul escura da água do Lago Nahuel Huapi.





As 18h30min o catamarã partiu rumo a Puerto Pañuelo. Pudemos ficar no lado de fora tirando fotos do exuberante Lago Nahuel Huapi. Pena que o tempo não estava lá essas coisas.






No caminho o catamarã passa pela ilha Centinela onde estão enterrados os restos mortais de Francisco Pascasio Moreno, mais conhecido como Perito Moreno, e efetua uma homenagem ao famoso explorador argentino, soando 3 vezes sua sirene, conforme determinação da Prefeitura Naval Argentina.

Por volta das 19h15min finalmente chegamos a Puerto Pañuelo, na região do famoso hotel Llao llao. Ficamos um bom tempo no prédio onde ocorrem os embarques e os desembarques dos catamarãs, esperando para ingressar no ônibus que faria o último trecho do passeio rumo ao nosso hotel em Bariloche.




Embarcamos no último ônibus do trajeto rumo ao Centro de Bariloche, que deixava os passageiros em alguns hotéis pré determinados. O nosso hotel foi a última parada. Descemos com as malas e fizemos o checkin no datado hotel 3 Reyes, mas muito bem localizado, em frente ao lago Nahuel Huapi.

No próximo post falaremos da fabulosa cidade de Bariloche, na Argentina. Até lá!

 


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