Deixamos
Florença para trás e retornamos para a estrada rumo a parte mais bela da
Toscana – a região do Val d’Orcia
Ficamos
hospedados no L´Olmo, um excelente
hotel localizado perto de Pienza, no meio da Toscana “roots”, como nos filmes.
Lindo, aconchegante e os funcionários são muito solícitos e educados. Só
observamos um pequeno problema de gestão: o hotel tem poucos funcionários para
a quantidade de demandas. A vista do quarto era espetacular, com aquela
típica paisagem dos filmes sobre a Toscana e com a cidade de Pienza ao fundo.
No quarto oferecem, como cortesia, uma garrafa de vinho Rosso de
Montalcino e, todas as noites ao prepararem o quarto, balas e
garrafas de água.
O
café da manhã pode ser servido na área comum ou no quarto. O pedido tem
que ser colocado na porta até as 20h do dia anterior. Só que o que está incluído
no café da manhã é o básico: pão, manteiga, geleia, uma xícara de café
com leite, uma xícara de chocolate quente, suco e pronto. Se quiser
um ovo, é pago. Omelete: pago. Queijo: pago. Presunto: pago. Não achamos legal.
Jantamos
no hotel na nossa primeira noite por lá. Na verdade, eles haviam oferecido
esse jantar desde antes de a gente chegar na cidade, por e-mail. Como ainda não
sabíamos como era o esquema de restaurantes pelos arredores,
resolvemos reservar o jantar no hotel às 20h. O local era bacana: um pergolado
todo envolto de plantas. Pensamos que iríamos encontrar vários
hóspedes jantando, mas éramos só nós dois. Mas jantamos ao pôr do sol e
depois aproveitamos para apreciar a linda noite de lua cheia que deixava o
hotel ainda mais deslumbrante.
Partindo
para o que realmente interessa, nos três dias que passamos na Toscana,
desbravamos, de carro, as lindas paisagens da região.
Bem
perto do hotel existe uma pequena loja, a Mulino Val d’Orcia, que
produz e vende produtos artesanais da região como queijos, vinhos, entre outros.
Visitamos a loja, que é excelente e o atendimento muito atencioso. Compramos um
vinho orgânico produzido no local – Lamone 2014 (85% Sangiovese, 15% Cabernet
Sauvignon).
Observe
que, do outro lado da estrada, tem uma charmosa estradinha de terra, rodeada
de ciprestes italianos, paisagem bem típica da Toscana. Excelente local para
umas boas fotos.
Durante
nossos passeios, fomos parando em diversos locais para tirar aquelas
tradicionais fotos da Toscana. Pegue o carro e se perca pelas estradas da
região. Você irá, com certeza, encontrar vários locais belíssimos para fotos!
Um
dos pontos mais icônicos da região do Val D’Orcia – a linda Cappella
della Madonna di Vitaleta – fica estrategicamente
localizada entre Pienza e San Quirico d’Orcia, em local muito ermo, no
meio do nada. Paramos o carro na beira de uma estrada de chão e ainda tivemos
que andar uns 700 metros. Não tem como chegar de carro até a Capela. Para
localizá-la digite no GPS “Cappella di Vitaleta”, que você chega lá.
Já
nos limites da cidade de San Quirico d’Orcia, encontra-se um dos pontos mais
visitados do Vale – os “Cipressi di San Quirico d'Orcia”- um conjunto de
ciprestes italianos que ficam no meio de um vasto campo, bem juntinhos, bem na
beira da estrada. O local fica sempre muito cheio de turistas ávidos por belas
fotos e está entre os 10 locais mais fotografados da Toscana. Indo pela
estrada SR2 não tem como perder o local.
Mas
a região do Val D’Orcia não se limita às belas paisagens ao longo das estradas.
Existem diversas cidadezinhas bem bacanas que merecem uma visita.
Começamos
por Pienza, que pareceu ser a maior delas. Pienza foi idealizada pelo Papa Pio
II que, em conjunto com o arquiteto Bernardo Rossellino, projetaram a “cidade
ideal”. Foi muito difícil arrumar vaga para estacionar. O Centro Histórico
(cidade murada) estava bem cheio. Ali o ideal é caminhar sem pressa e admirar a
sua beleza, bem como visitar as lojas de artesanato, cerâmica, souvenirs,
queijos e embutidos e também as de vinhos.
Conhecida
por Terraço Della Val d’Orcia, Montichiello é mais uma das cidades
fortificadas da região da Toscana. A cidade oferece uma linda vista de Pienza e
arredores. Já da entrada da Porta Santa’Agata, o portal de acesso ao vilarejo,
sua atenção é logo capturada para a belíssimas casas de pedra com suas lindas
sacadas floridas.
Montechiello
foi a cidade onde mais comemos durante nossos dias na Toscana.
Inicialmente
fomos na Osteria La Porta.
O pessoal do hotel fez uma reserva para nós, mas já tínhamos vindo com essa
referência do Brasil. Parece que o terraço do local tem uma bela vista da
região, mas não conseguimos reserva nesse espaço. Deve ser muito disputado.
Ficamos na parte de dentro, que também é legal, só estava um pouco quente.
Pedimos uma massa chamada pici ao ragu a la Toscana, comum aqui na toscana, que
lembra o espaguete, só que muito mais grosso. A palavra “pici” deriva do
dialeto toscano “appicciare” ou “fare il picio”, ou seja, trabalhar a massa
manualmente transformando-a em fios longos, mas rechonchudos. Bebemos cerveja.
Pedimos de entrada crostini mista. Muito bom! Nesse restaurante,
dependendo da época do ano, não se consegue entrar sem reserva. Várias pessoas
vieram sem reserva e não conseguiram mesa, mas como os proprietários têm
outro restaurante bem próximo desse, encaminham as pessoas para o outro,
caso elas queiram. A gente encontrou vaga para estacionar em um pequeno
descampado ao pé da cidade e de graça, mas super disputado. Demos sorte
que uma pessoa estava saindo e pegamos a vaga. Nesse estacionamento, vimos mais
tarde, as pessoas estacionam como lhes convêm. Uma verdadeira bagunça. No
Brasil ia dar briga, com certeza!
Para
o jantar decidimos ir no outro restaurante dos mesmos donos do Osteria La Porta
– que era chamado Cantina La Porta e agora se chama Ristorante Daria. Foi uma excelente escolha. Tudo foi maravilhoso! Atendimento,
comida, bebida, local. O restaurante é melhor, maior e o atendimento é melhor
também. A Osteria deve ter ficado famosa por conta da vista, porque o
atendimento, por exemplo, não é impecável. Este é totalmente mais refinado. Pedimos
um pato e um risoto. Os pratos, muito bem apresentados, estavam deliciosos.
Tomamos um Rosso di Montepulciano muito bom!
Na
noite seguinte voltamos lá, mas o local estava lotado com um grande grupo de
Americanos ou Canadenses, não conseguimos identificar, e eles faziam muito
barulho. Então não foi tão agradável quanto na noite anterior. Mas a
comida e o atendimento foram muito bons. Bebemos outro Rosso di Montepulciano e
para comer uma tábua de queijos e uma massa da casa.
Montalcino,
fundada no século XIV fica localizada no alto de uma montanha e para
chegar até ela é preciso passar por uma estrada cheia de curvas. Uma
vez lá, a vista é incrível! Declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 2004,
Montalcino é famosa também pela produção de vinho, em particular o Brunello. A
região ao redor da cidade também produz mel, azeite extra-virgem, embutidos e
queijos. É um dos lugares mais altos que a gente foi na região. De lá se
vê todo o vale. Mas acabou que desistimos de entrar na cidade murada, pois
a vila fica num local de relativa dificuldade de acesso e não
encontramos vaga para estacionar.
Então
resolvemos ir a uma vinícola que a recepcionista do nosso hotel tinha indicado:
a Podere Le Ripi. Tivemos
um pouco de dificuldade de achar o local, mesmo com a indicação do GPS. Chegando
lá fomos atendidos por uma jovem de no máximo 20 anos que entendia muito de
vinhos! Eu fiz a degustação de 3 vinhos – pois minha mulher estava na direção
naquele dia -, entre eles o Rosso de Montalcino e o Brunello de
Montalcino. Acabamos comprando umas garrafas, entre eles o Brunello.
O
Brunello di Montalcino é um dos vinhos mais famosos da Itália. Produzido
exclusivamente no terroir da região da cidade de Montalcino, é feito com 100%
de uva Sangiovese. O vinho foi criado no século XIX por um grupo de
vinicultores que produziam a Sangiovese e que descobriram um vinho de
excelência. Na verdade, esse vinho pode envelhecer por 10 a 30 anos, melhorando
com o tempo.
Saímos da vinícola e
fomos almoçar em um restaurante muito legal chamado Boccon di Vino, perto
da entrada de Montalcino, na estrada SP 14. Chegamos lá e achamos que só
nos atenderiam com reserva, mas não. O lugar tem um ótimo estacionamento. Lá
encontramos um grupo animado de brasileiros. O
restaurante tem ótimo atendimento, comida excelente! Pratos muito bem
apresentados. Alto nível. Serviram de cortesia uma sopa de tomate. Pedimos de
entrada um pãozinho crocante recheado com bacon. Eu bebi uma cerveja
artesanal italiana muito boa. Para comer, uma costela de porco e um
stake tartare. De sobremesa pedimos um tiramisu com apresentação fora do
tradicional e delicioso.
Outra
localidade que vale uma visita é San Quirico D’orcia, vila medieval murada, que
data do século XI, com cerca de 2.600 habitantes, bem no coração do Val
D’Orcia, imersa em um cenário envolto de belas paisagens, vinhedos e plantações
de azeitona.
Lá
também foi bem difícil estacionar o carro. Observamos várias pessoas sentadas
ao redor da via principal, mas não sabíamos se era um evento ou o quê. Aí
começamos a ouvir barulho de tambores e presenciamos uma das cenas mais interessantes
de toda a viagem. Na verdade, uma manifestação cultural, com pessoas vestidas
com roupas medievais que fizeram apresentações com bandeiras, arremessando-as
para o alto. Muito interessante. Depois soubemos que vários grupos, não sabemos se
de vilas diferentes ou da mesma vila, fazem desafios para ver quem vence a
competição. Mais tarde, a Giulia, funcionária do hotel L’Olmo, nos
explicou que em agosto é o mês que ocorrem essas competições. São vários times,
por assim dizer, que competem entre si. Ela nos disse que além desse tipo de
competição, na mesma época tem a competição de empurrar barril de vinho. Pelo
que entendemos, naquele dia estava acontecendo um ensaio, pois estávamos em
maio e é somente em agosto que acontecem as competições.
Vejam alguns vídeos dessa apresentação:
Finalmente,
chegamos até Bagno Vignoli, uma localidade com termas que tem algumas seções
abertas ao público. Então as pessoas ficam sentadas na beirada do pequeno
riacho que corta aquela região, molhando os pés. Passeamos um pouco por lá, mas
não encontramos nenhuma grande atração do nosso gosto.
O mapa a seguir
mostra a localização das principais atrações citadas neste post:
No próximo post
comentaremos como foi conhecer a cidade eterna - Roma. Até lá!
Comentários
Postar um comentário