Fernando de Noronha

Deixamos Natal para trás e rumamos para o aeroporto, que fica muito longe, na cidade de São Gonçalo do Amarante. Nosso destino era a ilha de Fernando de Noronha, Pernambuco, local onde comemoraríamos nossos 10 anos de casados.


Para se chegar a Fernando de Noronha, que detém, desde 2001, o título de Sítio do Patrimônio Natural Mundial, concedido pela Unesco, você certamente deverá passar pelos aeroportos do Recife (545 km), em Pernambuco ou de Natal (360 km), no Rio Grande do Norte, que são os únicos lugares de onde partem voos para o arquipélago. A Gol e a Azul são as duas companhias aéreas que operam voos para a região.  O Arquipélago de Fernando de Noronha é composto de 21 ilhas. A ilha principal e a única habitada, também chamada de Fernando de Noronha, tem 17 km². Parte dela tem o título de Parque Nacional Marinho desde 1988 e também é uma Área de Proteção Ambiental (APA). Tem 3500 habitantes e o turismo é conduzido de forma sustentável, o que quer dizer que, além de toda uma preservação ambiental e ecológica responsável, o número de visitantes é limitado.
O voo de Natal até Fernando de Noronha é curto (1h). Quando estávamos quase pousando, o avião sobrevoou o Morro Dois Irmãos e Morro do Pico, nos rendendo algumas belas fotos. Isso porque demos a sorte de reservar nossos lugares no lado, digamos, “certo” do avião. Por isso, se possível, reserve seu assento em uma janela.


O aeroporto é bem pequeno e modesto. Opera somente voos domésticos, tem capacidade para receber aviões de médio porte e possui apenas uma esteira de bagagens. Antes de pegar as malas é preciso comprovar o pagamento da Taxa de Preservação Ambiental, que é cobrada de acordo com os dias de permanência na ilha e arrecadada pelo Governo Estadual de Pernambuco. Nós já havíamos pago pela Internet. São duas filas: a de quem pagou e a de quem não pagou. Daí você recebe um papel com um código de barras e entrega pra uma funcionária que passa em uma máquina onde aparece seu nome e libera a catraca para você entrar na área de entrega das bagagens.
Do aeroporto partimos para a Pousada Solar do Loronha, que fica bem ao lado do Morro do Pico (323m de altura) e o nosso quarto tinha uma vista maravilhosa do mar, era grande e confortável. Por uma questão de preservação do meio ambiente, a pousada não troca as toalhas de praia e piscina. É uma só pra toda a sua estadia. Se quiser trocar, cobram R$10,00. O café da manhã é simples, mas saboroso. O atendimento poderia ser mais cordial.

Ligamos para a locadora Flor do Atlântico, onde havíamos alugado um bugre e eles levaram o carro até a pousada. Só que o carro estava em péssimo estado! Passar as marchas era missão quase que impossível. O carro não tinha onde acoplar o cinto de segurança. Quando um pedaço do câmbio se soltou, resolvemos passar na locadora para reclamar do carro. Fomos informados de que o dono estava viajando e que deveríamos esperar o mecânico que havia saído e já voltava. Quando o rapaz chegou já fui falando que o carro não estava legal e entreguei o câmbio na mão dele e pedi uma solução.

Não tivemos muita dor de cabeça. Ele se prontificou a devolver o dinheiro, mas depois ofereceu outro carro. Testamos e estava melhor. Flor do Atlântico, guarde este nome, nós não indicamos. O bugre mesmo sendo melhor que o primeiro, ainda era bem ruinzinho.

O primeiro passo após resolvida essa confusão de bugre foi rumar até o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia que administra a conservação da ilha para pegarmos nossa autorização para usar os locais controlados pelo Parque Nacional (importante estar com carteira de identidade). Depois de confirmado o seu pagamento, você recebe um cartão onde deverá apresentar a cada Ponto de Informação e Controle (PIC), que terá em cada uma das atrações da ilha. Nos Pic’s você encontrará, além de informação, lojinha de produtos e local para comprar bebida e comida.

Os ingressos podem ser adquiridos nos seguintes locais em Fernando de Noronha:
1 - Centro de Visitantes do ICMBio – Al. do Boldro, s/n, Boldró. Diariamente das 8h às 22h; 
2 - Quiosque na praça Flamboyant ao lado da Cia da Lua. Diariamente das 14h20min às 22h; 
3 - Pic Golfinho – Sancho – no acesso ao Mirante dos Golfinhos e Praia do Sancho. Diariamente das 8h às 18h30min;
4 - Pic Sueste - Praia do Sueste. Diariamente das 9h às 16h. 
Nós adquirimos o nosso pela internet e precisávamos ir até o ICMBio para retirar os nossos cartões de acesso. Também aproveitaríamos para agendar o passeio até a Praia do Atalaia que só poderia ser feito lá, após a emissão dos cartões de acesso.
Mas fomos informados que durante nossa estadia, o passeio estaria indisponível. Decepção total! Além desse passeio, alguns outros estavam cancelados, mas esses por conta da chegada do Swell, fenômeno natural que ocorre no mar, provocando grandes ondas que chegam na costa.

Uma das principais atrações de Noronha é ir ver o pôr-do-sol no Mirante do Forte de São Pedro do Boldró. A sinalização é bem precária. Erramos o caminho duas vezes e precisamos perguntar a um morador como chegar até lá. Local maravilhoso, mas muito cheio de gente e de bugres estacionados ao longo da rua! Releve cada um desses detalhes citados acima, pois as fotos de lá ficam excelentes!



Como o visual do Mirante do Forte Boldró é espetacular, resolvemos voltar lá no dia seguinte pela manhã para mais umas fotos. Desta vez o local era todo nosso, sem uma única alma viva! Muito bom!



Outro passeio imperdível é ir conhecer as praias da Cacimba do Padre e a da Baía dos Porcos.
A estrada até a Cacimba do Padre é a mesma que leva até o Mirante do Boldró, porém seguindo reto sempre, sem desvios.
Paramos para almoçar na Barraca das Gêmeas, que tinha uma comida saborosa, porém o local é bem rústico e caro. Prepare o bolso e leve dinheiro em espécie.
Terminado o almoço fomos até a praia, de onde podemos encarar a beleza dos Dois Irmãos e do Morro do Pico.


De lá pegamos a trilha para a Baía dos Porcos, considerada por nós como nível médio de dificuldade por termos que passar por um trecho com muitas pedras.
No caminho vale a pena pegar uma trilha para a direita e se encantar com o visual mais lindo que se pode ter de toda a viagem – os Dois Irmãos bem na sua frente! Show!


Voltamos para a trilha original e logo estávamos na Baía dos Porcos. O mar estava muito batido e estava difícil tomar banho. Pouquíssima gente na praia. Só 7 pessoas contando com a gente.


Mas o ponto alto da estadia em Noronha sempre foi e sempre será ir até o Mirante dos Golfinhos e a Praia do Sancho, eleita pelo Traveller’s Choice do Trip Advisor a praia mais bonita do mundo em 2017. Para chegarmos até lá precisamos passar por um Ponto de Informação e Controle (Pic), onde você deverá passar seu cartão, confirmando que você tem autorização para entrar naquela atração. O Pic Golfinho Sancho compreende os mirantes dos Golfinhos, da Baía do Sancho e do Dois Irmãos. O Mirante dos Dois Irmãos impressiona! Tiramos muitas fotos!



Depois de percorrermos todas as trilhas que levavam aos mirantes, decidimos descer para a Praia do Sancho. São 38 degraus de uma escada de ferro encravada entre as rochas mais cerca de 250 degraus esculpidos na encosta até a praia. O mar estava bem batido, mas o esforço valeu a pena, pois conseguimos ir até a “praia mais bonita do mundo”!




Decidimos conhecer a parte mais ao norte da ilha e começamos indo até a Praia do Porto de Santo Antônio, que é a praia mais mansa da ilha e de onde partem e chegam todas as embarcações.  De lá temos uma bela vista do Morro do Pico e do Forte Nossa Senhora dos Remédios.



Em seguida fomos até a Igreja de São Pedro dos Pescadores e nas ruínas do Forte de Santo Antônio de onde podíamos ver o Morro do Pico e os Dois Irmãos.










Bem perto dali fica a região onde estão a Ponta da Air France, o Museu dos Tubarões e o Buraco da Raquel, que nada mais é do que uma formação rochosa que tem esse nome pelo fato de que uma filha de um militar se refugiava no local para brincar nas piscinas naturais. Paramos o bugre, mas não fomos conhecer o Museu.





O centro comercial da ilha é a Vila dos Remédios. Lá encontram-se várias pousadas, bares e restaurantes. Lá estão localizados alguns pontos de interesse histórico, como o Palácio São Miguel (sede da administração da ilha) e a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.




Um pouco mais adiante, encontra-se o Forte de Nossa Senhora dos Remédios, construído em 1737, sobre as ruínas de um antigo reduto holandês datado de 1629, aberto para visitação gratuita e de onde temos belas vistas de várias atrações da ilha, como a Igreja de São Pedro dos Pescadores, a Vila dos Remédios, o Morro do Pico e os Dois Irmãos, a Praia do Porto de Santo Antônio e o farol da Ilha Rata. Achamos essa área toda muito abandonada pelo governo de Pernambuco. Pelo valor histórico que tem, deveria estar mais bem preservada. Mas foi com grande alegria que vimos no site oficial do Arquipélago de Fernando de Noronha que no último dia 21 de dezembro foi assinada uma Ordem de Serviço que libera recursos para a restauração da Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios.








Quem está na Vila dos Remédios também pode ir a pé até a região da Praia do Cachorro e tomar um belo banho de mar por lá. No caminho encontra-se o famoso Bar do Cachorro, estabelecido há mais de 20 anos como reduto de boa comida e música ao vivo.


Para completar o giro pela ilha, rumamos até a parte sul, onde encontram-se as Praias do Leão e do Sueste.
Começamos indo até o Mirante da Praia do Leão, uma das mais belas praias de Noronha, porém uma das mais afastadas. Não descemos até a praia!


Voltando da Praia do Leão em direção ao Sueste, paramos no Mirante das Caracas e tiramos algumas fotos.



Finalizamos nossa estadia na parte sul de Noronha indo até o PIC Sueste que dá acesso à praia de mesmo nome, onde o mergulho só é autorizado nas áreas indicadas por boias, por estar dentro do Parque Nacional Marinho.




Para finalizar, nada melhor do que apreciar as maravilhas de Noronha a bordo de um barco. Existem vários serviços disponíveis na ilha. Optamos pelo passeio oferecido pela empresa Trovão dos Mares, cujo valor por pessoa estava em R$280,00, incluindo o transfer até o Porto de Santo Antônio e um almoço a bordo com sistema de buffet.
Essa história de transfer é um pouco complicada, pois nos pegaram bem cedo na pousada e tivemos que ficar esperando quase 1 hora para a van ir até outros hotéis buscar o restante dos passageiros.
O passeio teve início por volta das 9h30min, percorrendo inicialmente a região do Morro de São José, do rochedo Sela Gineta e das ilhas Rasa, do Meio e Rata, onde tivemos a companhia de uma dezena de golfinhos. Também podemos contemplar a Igreja de São Pedro



Em seguida o passeio passou por todas as praias do mar de dentro - Praia do Cachorro, Praia do Meio, Praia da Conceição, Praia do Boldró, Praia do Americano, Praia do Bode, Praia da Cacimba do Padre e Baía dos Porcos. Nessa parte do passeio o Morro Dois Irmãos e o Morro do Pico estão sempre prontos para uma bela foto.




Nosso destino era a Ponta da Sapata, que é a ponta da ilha, onde pudemos contemplar uma "janela" com vista para o Mar de Fora.



Para encerrar o passeio, uma estratégica parada para mergulho na Praia do Sancho e, também para o almoço. Nessa parada mais golfinhos apareceram. Alguns começaram a nadar em torno de um turista, que foi logo advertido da vultuosa multa aplicada a quem se aproximasse dos golfinhos.



No quesito alimentação, recomendamos o restaurante Xica da Silva – comemos três vezes lá e a comida estava sempre muito saborosa.

Também jantamos uma vez no restaurante Varanda. Tinha fila de espera. O restaurante é bom, mas nada de fenomenal. Aliás, em relação à gastronomia, não vimos nada de maravilhoso em Noronha. Nada que valesse o custo-benefício. Muito pelo contrário. 
Finalizando este post, seguem algumas dicas para quem quer curtir a ilha sem problemas:
1 - Leve um par de tênis adequado, protetor solar, roupas leves e por precaução um agasalho, chapéu, trajes de banho, chinelo e óculos escuros;
2 - Equipamentos de mergulho podem ser alugados na ilha;
3 - Leve dinheiro em espécie, porque a maioria dos estabelecimentos comerciais do Arquipélago não aceita cartões de crédito.





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